O Fazedor de Chuva

O texto abaixo foi extraído e adaptado do link:
Casa das Palmeiras

“O FAZEDOR DE CHUVA”

“Numa cidade do interior da velha China, ocorreu uma terrível estiagem. Os rios, as barragens, os açudes iam secando; o gado, as cabras, os bodes, a vegetação, tudo ia morrendo. O povo passava fome, com as crianças desnutridas, intensificava-se a mortalidade infantil. Diante de tamanha calamidade pública, a Câmara de Vereadores se reuniu procurando uma solução. Um dos vereadores sugeriu que se contratasse um “fazedor de chuva” que atendia em um centro mais desenvolvido da região. A Câmara autorizou o vereador a fazê-lo.

Ao chegar à cidade, o prefeito perguntou ao fazedor de chuva quanto cobraria para realizar o milagre da chuva. Respondeu ele: a soma acertaremos depois. Por ora, faço duas exigências: que me arranjem um lugar afastado da cidade, uma pequena cabana onde possa repousar e que me tragam diariamente um pão e um copo d’água. Atendidas as exigências, o fazedor de chuva, sozinho na cabana, concentrou-se em profunda meditação.

Passados 15 dias, as chuvas chegaram, os rios botaram água, os açudes sangraram, o verde voltou à paisagem, os animais se reanimaram e a alegria voltou às ruas.

A Câmara de Vereadores prestou todas as homenagens ao Fazedor de Chuva e quis saber dele como havia conseguido o extraordinário milagre.

Respondeu ele: Ao chegar a esta cidade, encontrei as pessoas completamente angustiadas, as mentes perplexas, alteradas, divididas, neuróticas. Naquelas circunstâncias pedi o que de melhor vocês podiam oferecer e com maior sacrifício: uma cabana tranquila, o pão e um copo d’água. Distanciado da neurose coletiva, concentrado, meditando, estava imune às tensões vividas pelo povo. Recebia o que precisava. E como estava inteiro, com a mente em paz, não dividida, naturalmente fui atraindo as coisas boas. As Chuvas chegaram até mim e por extensão a toda a cidade e região.”

 

A estiagem na cidade retratada no texto acima pode ser comparada ao momento de Pandemia de Covid-19 e isolamento que todos estamos vivenciando. Assim como no texto, muitas mentes devem estar angustiadas.

Diante disso, o conto nos faz pensar que o desafio talvez seja realizar um movimento de introversão, de entrar em contato com os próprios sentimentos e com as profundezas da alma, para que cada um de nós possa encontrar aquilo que nos move adiante.

Irene Ap. F. Mendes – Psicóloga CRP 06/27449

Thaís Mendes Sinibaldi – Psicóloga CRP 06/178632