Relacionamentos: Os opostos se atraem
Essa é sem dúvida uma frase bastante utilizada nos relacionamentos amorosos.
Por vezes, tem-se a sensação de que o parceiro escolhido é sem dúvida, o oposto do que se desejava.
E por que será que isso acontece?
Sentir-se atraída pelo parceiro que aparentemente nada tem a ver consigo mesmo é algo intrigante. Normalmente, as qualidades citadas pelo parceiro como as responsáveis pela atração num primeiro momento, coincidem com aquelas vistas como pontos de conflito no decorrer do relacionamento.
A decepção com o outro é diretamente proporcional ao nível da idealização.
Muitos casais parecem ser polos opostos – pessoas totalmente diferentes. Essa questão está relacionada
com a demarcação dos limites pessoais, isto é, distinguir quais os sentimentos, desejos, pensamentos, etc. que estão dentro de um e quais estão dentro do outro. A maioria dos casais faz esta divisão por meio de um acordo inconsciente, não-verbalizado, pois cada um deles carrega, incorpora e expressa pelo outro os aspectos reprimidos do eu (o ser interior) do outro. Cada um deles vê no outro as coisas que não consegue perceber em si mesmo… e luta incessantemente, para mudá-las.
Essa é uma questão complexa, porém se observada com cuidado pode tornar a relação harmoniosa e gerar um bom crescimento para o casal, ou seja, o desenvolvimento do vínculo conjugal depende da capacidade dos parceiros de lidar com as frustrações com que se deparam quando a imagem idealizada não corresponde mais ao comportamento do outro. Não é fácil para nenhum dos parceiros abdicarem de seus desejos e fantasias, pois isto exige maturidade. Exige que os casais sejam capazes de abrir mão de suas fantasias infantis de felicidade,
da ideia do “príncipe ou princesa encantados”, e então reestruturar o relacionamento em bases mais reais.
Esse poema, do livro ” Amar pode dar certo”, de Roberto Shinyashiki e Eliana Bittencourt Dumet, convida você a uma reflexão sobre o tema:
“Meu amor; por que será que ao estar longe
É mais fácil amar você?
Percebo que é porque fico somente
Com muita sede de amor
E esqueço minha incapacidade de me entregar.
Por que será que
Quando estamos perto brigamos
E quando estamos distantes
Ficamos saudosos?
Sei agora que sua presença
Me convida a buscar
Dentro de mim
Toda minha beleza de ser,
E isso eu ainda não aprendi.
E na saudade, não preciso
Entrar em mim,
Apenas sentir na ausência
Quanto amo você…
Um dia eu sei que vou
Aprender a amar você
Estando por perto.
Preciso de você”
Irene Ap. F. Mendes – Psicóloga CRP 06/27449