As fases da Vida e o nosso interior

Vamos continuar conversando sobre as transições ao longo da vida? Hoje, escolhi esse trecho de um poema de Carlos Drummond de Andrade:

“Vamos, não chores.

A infância está perdida.

A mocidade está perdida.

Mas a vida não se perdeu.

O primeiro amor passou.

O segundo amor passou.

O terceiro amor passou.

Mas o coração continua”

(Carlos Drummond de Andrade)

De certa maneira, ele nos fala dessa passagem de tempo que ocorre com todos nós e isso pode gerar conflitos e momentos difíceis, os quais, por sua vez, podem ser acompanhados de sentimentos, como a tristeza. Assim, devemos dar o tempo e o espaço que eles precisam para que possam se expressar. Permitam-me ampliar mais um pouco o que autor nos colocou, de modo que, apesar de fases como a infância, a adolescência e a juventude terem passado para algumas pessoas, podemos pensar o seguinte:

Todas essas fases não estão “perdidas” e, sim, continuam dentro de nós e fazem parte do processo de como nós fomos nos constituindo como pessoa, mesmo que às vezes isso esteja um pouco escondido, e não consigamos acessar com tanta facilidade. Outra coisa que podemos pensar é que, às vezes, a criança ou o jovem que um dia fomos podem nos “visitar” novamente e, se nos abrirmos para recebê-los, poderemos ter novas perspectivas.

Um último ponto que gostaria que pensássemos é o seguinte trecho que o autor colocou: “Mas o coração continua” e, desse modo, podemos refletir que é muito importante que, em qualquer fase da vida, possamos nos conectar com o nosso coração, com o que há de mais profundo no interior da nossa alma, e que faz com que a VIDA pulse com mais força e esperança, dentro de nós.

Desejo que esse pequeno texto gere mais reflexões a cada um!!

Thaís Mendes Sinibaldi – Psicóloga CRP 06/178632